Museus do Videogame terão mostras integradas entre Brasil e Portugal

Além do intercâmbio de itens que fizeram parte da história da evolução dos videogames, Brasil e Portugal vão trocar também exposições integradas com o Museu do Videogame Itinerante e o Nostálgica, de Lisboa. A assinatura da parceria foi feita durante o Museum Connections 2016, um dos principais eventos de museus da Europa, que aconteceu em Paris. O Museu do Videogame Itinerante, nascido em Campo Grande, foi um dos 10 brasileiros escolhidos pelo Ministério da Cultura e Ibram – Instituto Brasileiro de Museus para representar o país nesse encontro.

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O primeiro videogame fabricado no Brasil foi o Telejogo Philco Ford, em 1977. Ele era um console ao estilo pong, com acabamento em madeira, que trazia apenas três jogos: Futebol, Tênis e Paredão. Na Europa, em Portugal, também em 1977, nascia o TV Brinca, um console ao estilo pong, fabricado pela Vitrhom.

De lá para cá, devido às características de cada país, a história dos videogames se desenvolveu de formas diferentes no Brasil e em Portugal, mas ambos tiveram uma trajetória com pontos em comum na evolução para as oito gerações de consoles nos últimos 39 anos.

E é com o objetivo de preservar e aproximar a história dos videogames de Brasil e Portugal, que o Museu do Videogame Itinerante assinou com o Nostálgica, o primeiro museu do videogame de Portugal, um termo de cooperação que prevê o intercâmbio de itens entre os dois museus e também a realização de exposições no Brasil e Europa que contemplem parte do acervo de ambos.

Criador do Nostálgica, Mário Tavares, fala que a cooperação entre os museus é primordial para a preservação da história. “Eu e Cleidson Lima, criador do Museu do Videogame Itinerante do Brasil, tivemos histórias parecidas. Comecei a colecionar videogames, computadores e outros itens tecnológicos em 1998 e, de lá para lá, sempre lutei para criar o museu do videogame em Portugal com muita dificuldade. Agora está na hora fazermos um intercâmbio de nossos acervos para que os amantes dos videogames tenham a oportunidade de conhecer a história nos dois continentes”, explica.

Atualmente, o Nostálgica tem um espaço dentro da Fundação Marquês de Pombal, em Lisboa, e abriga mais de 200 consoles de videogames, 1200 jogos, além de outros 1500 itens, tais como TVs, computadores, gravadores de áudio, entre outros. Em 2015, expuseram seus itens na Lisboa Games Week, Festival In e Lisbon Maker Faire.

O Museu do Videogame Itinerante no Brasil, criado em 2011 a partir de uma coleção de Cleidson Lima iniciada em 2004, é composta atualmente por cerca de 270 consoles de todas as gerações que contam 43 anos de evolução, desde o primeiro do mundo, o Magnavox Odyssey, de 1972, até os modelos atuais. Desde então, vinha sendo exposto anualmente nos shoppings de Campo Grande. No entanto, falta de parcerias levaram o projeto a não realização neste ano.

Um dos diferenciais dele é que, além de conhecer consoles e jogos raros, os visitantes também podem jogar em alguns videogames que fizeram história, tais como o Telejogo, Atari 2600, Odyssey, Nintendo Famicom, Nintendinho 8 bits, Master System, Mega Drive, Sega CD, Super Nintendo, Neo Geo, Panasonic 3DO, PC Engine, Nintendo 64, Game Cube, Sega Dreamcast, Xbox, Playstation 1, PlayStation 2, entre outros. O espaço conta ainda com modelos da nova geração de consoles, tais como PlayStation 4, Xbox One e Wii U.

Diferente do Nostálgica, de Portugal, o Museu do Videogame Itinerante não tem uma sede fixa. Por meio de uma estrutura móvel, que envolve duas carretas, a exposição percorre várias cidades do Brasil, especialmente shoppings e eventos, com apoio da PlayStation, Nintendo, Intel, Ubisoft e Philips. Em 2015, foram 3,5 milhões de visitantes em nove cidades do país. Em 2016, estão previstas exposições em Caxias do Sul, na Festa da Uva, Maceió, Recife, Manaus, São Luís, Teresina, Belém, São Paulo, Rio de Janeiro, entre outras.

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